A Igreja estava perdendo fiéis para o paganismo, foi aí que surgiu a idéia de criar uma personificação do mal, a imagem do Diabo, com características dos deuses pagãos, para que toda vez que uma pessoa olhasse para um deus pagão se lembrasse do Diabo e assim deixar de cultuá-lo. Acredito que a igreja não correu atrás dos significados dessas características, como o chifre, que desde 10 mil anos a.C representa um sinal divino (ou seja ''quanto mais chifre melhor''). O deus pagão da onde foi retirada a idéia de chifre foi o deus pã (deus grego dos campos e dos pastores).
deus pã (um sátiro=bode+homem)
Mas partindo para o livro de Gil Vicente. O Auto da Barca do Inferno (tive que ler por causa do vestibular ;p mas é legalzinho, recomendo ver uma peça de teatro para entender melhor), apresenta o diabo como um juiz, zombeteiro, irônico, condutor das almas ao inferno, e bom argumentador pois conhece muito bem cada um dos personagens (Fidalgo, Brígida, Corregedor, Frade,...) que lhe cai as mãos. Gil Vicente não o pinta como o responsável pelo fracassos e males humanos, mas como quem revela esse lado que o ser humano procura esconder.